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Danças tradicionalistas gaúchas: raízes e histórias de um povo



Não há como negar que o povo sulista em nosso país é detentor de uma forte e rica bagagem de cultura e tradições. E a primeira expressão que marca o tradicionalismo dessa região é a dança.


Surgidas como forma de entretenimento, para suavizar a dura lida dos afazeres dos tropeiros (homens levavam gado, mulas e cavalos de uma região a outra), tornaram-se qualidade marcante e registrada do povo.


Essas danças tradicionalistas são legítimas expressões da alma gauchesca. Em todas elas percebe-se de maneira bastante clara o espírito de fidalguia e de respeito à mulher, que sempre caracterizou o campesino rio-grandense. Todas elas dão margem a que o gaúcho extravase sua impressionante teatralidade.


Seguindo essa paixão pelos rituais e tradições o Centro de Tradições Gaúchas Os Praianos mantem-se firme na manutenção e perpetuação dessas danças por meio de diversos eventos, tais como o Rodeio Cultural e as Invernadas Artísticas.


RODEIO CULTURAL OS PRAIANOS 2022 ESTÁ COM AS INSCRIÇÕES ABERTAS




As inscrições, para todos os concursos artísticos, serão gratuitas e deverão ser feitas por uma entidade tradicionalista, por um representante identificado, através do site: https://www.ctgospraianos.com/2o-rodeio-cultural-artistica


Para os concursos individuais, as entidades poderão inscrever até 4 (quatro) concorrentes, enquanto que nos concursos de danças tradicionais esse número será limitado em 01 (uma) inscrição.


O Patrão de cada entidade tradicionalista participante dos concursos artísticos declara-se responsável pelas inscrições e conduta de seus comandados durante o evento, bem como conhecedor de todo o presente regulamento.


A ordem de apresentação dos grupos de danças inscritos será de acordo com a distância da seguinte forma:


• Sábado dança primeiros os grupos mais próximos seguindo na ordem crescente.

• Domingo Dança primeiro o Grupo Mais Distante seguindo na ordem decrescente.


Não serão consideradas as inscrições sem o envio da nominata de todos os componentes dos grupos de danças, dos músicos e dos concorrentes individuais.

As inscrições para os concursos artísticos serão aceitas somente das 12 horas do dia 11/02/2022 até as 20 horas do dia 26/04/2022.

As planilhas deverão ser retiradas junto à secretaria do evento somente pelo Patrão ou coordenador da entidade.


DANÇAS QUE FARÃO PARTE DO RODEIO CULTURAL


Danças Biriva do tropeirismo gaúcho


Os birivas (berivas, beribas ou biribas) eram os tropeiros que viviam nos campos de cima da serra. Em geral, andavam em mulas e tinham um sotaque especial, diferente dos tropeiros fronteiros ou das regiões baixas do estado.


As viagens destes tropeiros eram longas e cansativas e, durante as noites eles procuravam formas de se descontrair para esquecer a dura lida diária. Nesses momentos tocavam-se violas ou meia-violas, e era quando surgiram cantigas e danças que eram praticadas exclusivamente por homens, uma vez que as mulheres não participavam das viagens.


Dentre essas danças, foram encontradas e pesquisadas (Por João Carlos Paixão Côrtes) apenas quatro as quais hoje são reconstituídas e praticadas por grandes grupos de dança do Brasil em vários festivais de dança pelo país.


As danças Biriva são exclusivamente masculinas. Cada grupo apresentará três das quatro danças Biriva ou seja: Chula, Fandango, Chico do Porrete e Dança dos Facões.


Os grupos podem ser formados por mais de uma entidade, com um nome fantasia. As danças desta modalidade serão avaliadas conforme coreografias constantes nos livros Danças Tradicionais Rio-Grandenses (Achegas), e Danças Biriva do Tropeirismo Gaúcho de João Carlos Paixão Côrtes.


Chula

A Chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão sapateando sobre uma lança colocada no chão do salão. A chula era dançada por portugueses e açorianos, apenas homens em desafio. A origem da dança diverge opiniões, se seria do Minho e do Douro, do folclore português, ou relacionada com o Lundú ou o Baião, com relação à música.




A Chula tradicional consistia em dois dançarinos que ficavam frente a frente tendo entre si uma lança de quatro metros de comprimento. Um dos oponentes executava uma sequência de difíceis passos coreográficos indo até a extremidade oposta da lança e retornando ao seu lugar de origem. Ao segundo oponente cabia, então, repetir o passo do primeiro e fazer um mais difícil e assim por diante. Perdia a disputa aquele que errasse primeiro ou chutasse a lança.


Mas agora as regras foram modificadas para adaptar os passos a campeonatos. É uma das provas individuais mais procuradas pelos tradicionalistas devido à complexidade da execução dos passos.


No torneio, cada sapateador poderá executar figuras com 08 (oito), 12 (doze) ou 16 (dezesseis) compassos. Para efeito de ordenação musicoreográfica, a figura de “preparação” da dança deverá ter a duração de até 12 (doze) compassos, tendo o dançarino a liberdade de executá-la com sapateio ou não.

Vale este momento, para que cada dançarino tenha um tempo hábil de raciocínio, a seu critério, para ajustar a sua figura em resposta. No entanto, os 04 (quatro) compassos musicais finais, serão sapateados obrigatoriamente.

O concurso de chula será disputado nas seguintes categorias:

- Mirim: 5 figuras

- Juvenil: 6 figuras

- Adulto:7 figuras

- Veterano e Xiru: 4 figuras


Todos os sapateadores deverão estar presentes no sorteio de duplas, no início de cada categoria. Se o concorrente estiver participando de outro concurso, o mesmo deve ser representado no sorteio. O sapateador ou seu representante, que não estiver presente no sorteio, estará automaticamente desclassificado.


Os concorrentes das modalidades individuais perderão até 02 (dois) pontos, da nota final se os mesmos ou seus acompanhantes não estiverem corretamente pilchados.

A comissão avaliadora concederá pontos baseando-se no Regulamento do MTG-SC


OBS: Os sapateadores, não poderão efetuar passos de “pé quebrado” (malambo platino) e nem utilizar nas figuras (passos), objetos estranhos à dança, tais como faca, facão, pala, pandeiro, chapéu, etc., com exceção do lenço. A música da chula deverá ser executada com sua melodia no ritmo original ou seja: VANEIRA. As não observâncias desses itens, os sapateadores, perderão a pontuação da figura (passo) executada.


CONCURSO DE DANÇAS TRADICIONAIS


As danças deverão ser apresentadas com coreografias constantes nos livros “Manual de Danças Gaúchas” de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, Bailes e Bailares de Paixão Côrtes, Passos & Compassos das Danças Gaúchas de José Moacir Gomes dos Santos e Rinaldo Souto Oliveira, Danças Tradicionais Rio-Grandenses-Achegas de Paixão Côrtes e a Chula pelo Livro Danças Birivas do Tropeirismo Gaúcho de Paixão Cortes.


As indumentárias conforme o Livro O Gaúcho, Danças, Trajes e Artesanatos, de João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, Ponto & Pesponto da Vestimenta da Prenda de Paixão Côrtes.


A comissão avaliadora concederá pontos baseando-se nos seguintes quesitos:


• Interpretação: até 04 pontos

• Correção Coreográfica: até 02 pontos

• Harmonia Grupal: até 02 pontos

• Música: até 02 pontos


As Invernadas Mirins apresentarão 03 (três) danças de livre escolha, sendo uma de cada bloco, enquanto as Invernadas Juvenis, Adultas E Veteranas apresentarão 04 (quatro) danças de livre escolha, sendo uma de cada bloco.


Os grupos deverão se apresentar com um mínimo de 05 pares. Veja o regulamento os blocos de danças que deverão ser apresentados, sendo que o bloco A contempla exclusivamente as danças de sapateado que são normalmente as danças de primeira geração, ou seja, as primeiras danças que existiram. São elas: tirana, tatu com volta no meio, anu, sarrabalho, balaio, chimarrita balão, chico sapateado, tirana do ombro, balão caído e rancheira de carreirinha.


Algumas danças trazem um hibridismo, ou seja, uma mistura de épocas, como por exemplo a chimarrita balão, o chico sapateado e a rancheira de carreirinha, que são danças que misturam o sapateio com a parte enlaçada, ou seja, dança de par enlaçado, que compõe a quarta geração coreográfica.


O Bloco B traz as danças de segunda e terceira geração que são os minuetos e danças em roda ou em fila: caranguejo, quero-mana, rilo, cana-verde, chimarrita, maçanico, pezinho, queromaninha e mariquita.


Já o Bloco C contempla apenas diversas modalidades de chotes, que são danças de quarta geração, enquanto que o Bloco D comporta danças também de quarta geração, porém na maioria enlaçadas. São elas a sarna, mazurca marcada, graxaim, mazurca galopeada, valsa do passeio, valsa de mão trocada, mazurca de carreirinha, vanerão sapateado, pau de fitas (única que não é enlaçada) e havanera marcada.


O Bloco E comporta as danças que vieram depois, fruto de extensa pesquisa, com coreografias criadas, não danças folclóricas, tais como tatu de castanholas, roseira, faca maruja, jardineira e meia canha.



DANÇA DE SALÃO


Nessa Modalidade não será cobrado Filiação ao MTG podendo qualquer casal se inscrever e participar do concurso.


O Casal escolherá uma Dança de Livre escolha entre Chotes e Milonga; e sorteará mais uma entre Valsa, Vanera, Bugio, Chamamé, Marcha (marchinha) e Rancheira.



INFORMAÇÕES IMPORTANTES

➢ Os músicos poderão representar quantas entidades quiserem.


➢ São desaconselhadas para os Grupos Mirins as seguintes danças: Tirana do Lenço, Tirana do Ombro, Faca Maruja, Jardineira, Pau de Fitas, Roseira.


➢ Para os Grupos Juvenis são desaconselhadas as seguintes danças: Faca Maruja, Tirana do Lenço e Tirana do Ombro.


➢ Não serão permitidas coreografias de entrada e saída. Os grupos que não obedecerem a este quesito perderão 01(um) ponto da nota final. O Grupo poderá subir ao tablado com o levante da primeira dança ou com uma música que o identifique. Recomenda-se que este tema não exceda 1 minuto.


➢ A apresentação das invernadas será por entidade. No sábado dançam os grupos Mirins e Juvenis, e no domingo Dançam Os grupos Adultos e Veteranos


➢ A programação oficial será apresentada após o término das inscrições.


➢ A premiação e entrega dos troféus será diária, ou seja, quem apresentar sábado será premiado sábado e quem se apresentar domingo será premiado no Domingo, o horário será informado durante o evento.


As famosas Invernadas Artísticas do CTG Os Praianos tem por objetivo valorizar e divulgar as danças tradicionais de antigamente. São danças que hoje não são mais dançadas em bailes hoje em dia mas eram dançadas antigamente. Para tanto, são montados grupos de apresentação que tem por objetivo recriar esses temas.


Já a dança de salão é a que é praticada nos bailes de hoje, com cursos voltados para essa realidade atual, com ritmos como chote, vanera, vanerão, bugio, milonga, tiamamerra, valsa, entre outras.


Os ensaios da invernada artística no CTG Os Praianos que acontecem todas as quartas e sextas-feiras, sempre às 20h. Já os cursos de danças de salão acontecem às quintas para o nível iniciante e aos domingos para os níveis intermediário e avançado. Se pensou em participar, basta conversar com o professor Jackson - (48) 99989-0197


Confira a programação e Garanta já o seu ingresso.

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